No post passado, comentamos 3 mitos comuns sobre medicamentos para obesidade. Hoje, vamos continuar falando dessa doença que atinge 20% dos brasileiros e desconstruir um conceito equivocado e bastante conhecido quando o assunto é remédio para emagrecer. Certamente, você já ouviu falar em “efeito rebote”. A ideia é que, ao interromper um tratamento, existe um efeito contrário que rapidamente levará você a um ponto pior do que estava anteriormente. Em outras palavras, que você engordará novamente tudo que perder, e até mais! #socorro

Para compreender por que isso é um mito, vamos esclarecer alguns pontos. Em primeiro lugar, é preciso entender que, quando se perde peso, o organismo faz mudanças metabólicas para evitar que essa perda seja sustentada. É uma espécie de “defesa” e acontece da seguinte forma: as células enviam ao cérebro sinais relacionados aos estoques de energia e disponibilidade de nutrientes; o cérebro, por sua vez, ajusta o balanço energético para aumentar o apetite e reduzir o gasto calórico. #simplesassim

Então quer dizer que meu cérebro vai estar sempre trabalhando contra mim? :(

Calma, também não é assim.

O que a maioria dos medicamentos para obesidade faz é reduzir o apetite e, dessa forma, atua diretamente em uma das adaptações metabólicas do corpo em relação à perda de peso. E aí já matamos a charada: se a medicação diminui o apetite, não faz sentido que, ao deixar de usá-la, o apetite aumente? Ou seja: é natural perceber que o apetite está maior do que era no início da dieta, mas isso não se deve ao “efeito rebote” da medicação, e sim à resposta do organismo que expliquei acima. #respiranãopira

Além disso, existe a falsa ideia de que a medicação não funciona pois “ao parar, se engorda tudo de novo”. Isso pode de fato ocorrer e infelizmente é bem comum [#efeitosanfona]. Porém, é bom deixar claro que a “culpa” é da Obesidade, que afinal é uma doença crônica, e não do tratamento. Pelo contrário: se ao interromper o tratamento, a fome aumenta e você volta a engordar não seria sinal claro de que o medicamento funciona? O mesmo ocorre com medicação para colesterol, diabetes, etc.

Isso significa que você irá tomar medicamentos pelo resto da vida? Em muitos casos sim, mas não necessariamente. O tratamento deve atender às necessidades e potencialidades de cada pessoa. É possível ir adaptando o tratamento a uma mudança de hábitos, intensificando os exercícios físicos e a vigilância com a alimentação, por exemplo. O que ocorre, no entanto, é que muitas pessoas abandonam o medicamento por conta própria e retornam aos [maus] hábitos antigos. E ainda culpam o tratamento! Aí não dá, né?

Por isso é tão importante entender que tanto a prescrição de um medicamento, quanto a interrupção do tratamento são decisões médicas.