O excesso de pelos é uma queixa comum no consultório. Ao contrário do que muitos pensam, o seu impacto não é apenas no visual, afetando a autoestima da paciente. Esse problema, muitas vezes, esconde outras doenças relacionadas a distúrbios hormonais, por isso, o seu controle e tratamento exigem o acompanhamento com um endocrinologista.

Para falar mais sobre essa condição que afeta tantas mulheres, criei esse artigo. Continue lendo para saber mais sobre o excesso de pelos, suas possíveis causas e entender mais sobre o seu tratamento.

O que causa excesso de pelos?

O excesso de pelos é, na medicina, chamado de hirsutismo.

Ele, por si só, é considerado uma doença que causa o aparecimento de pelos de forma excessiva em áreas não comuns para as mulheres, como:

• rosto,
• peito,
• barriga,
• braços,
• coxas,
• costas.

Essa patologia normalmente é um sintoma causado por outras doenças, como:

Síndrome dos Ovários Policísticos

A Síndrome dos Ovários Policísticos é uma patologia que leva à desregulação na produção hormonal ovariana, com aumento na produção dos hormônios masculinos.

Como consequência, a mulher tem dificuldades na ovulação, causando irregularidade menstrual e o aparecimento de pelos e acne.

Essa é a causa mais comum de hirsutismo, correspondendo de 72% a 82% de todos os casos e afetando entre 4% a 12% de todas as mulheres na idade reprodutiva.

Obesidade

A obesidade e o excesso de pelos estão diretamente relacionados. 

Muitas pessoas não sabem, mas o sobrepeso favorece o aumento dos hormônios masculinos. A testosterona fica mais em sua forma livre, causando mais efeitos ao organismo. 

Vale ressaltar que o ganho de peso também pode estar relacionado com a Síndrome dos Ovários Policísticos.

Problemas na produção de hormônios

Outra causa do hirsutismo pode ser os problemas na produção de hormônios. 

Isso pode ocorrer por diferentes patologias, como:

• Síndrome de Cushing,
• hiperplasia adrenal congênita,
• crescimento de tumores nos ovários ou nas glândulas adrenais,
• menopausa.

Você já viu que existem muitas doenças que podem ter como sintoma o excesso de pelos, por isso, é essencial fazer uma consulta com um endocrinologista para ter o diagnóstico correto e o acompanhamento adequado, bem como o tratamento ideal para o seu caso.

Como é feito o diagnóstico?

Normalmente, o diagnóstico é feito por meio da observação do excesso de pelos. 

Para isso, utiliza-se a Escala modificada de Ferriman-Gallwey que dá pontuações para diferentes manifestações.

Caso a paciente tenha um score superior a 8, afirma-se que ela sofre dessa patologia.

Vale ressaltar que essa tabela é apenas uma representação e não deve ser utilizada para autodiagnóstico.

Além do autodiagnóstico poder ser incorreto, você ainda não saberá qual é a causa do hirsutismo e como tratá-lo adequadamente.

Após a confirmação do hisurtismo, exames complementares são realizados para investigar as possíveis causas ditas ao longo do artigo. 

Como é o tratamento do excesso de pelos?

O tratamento do excesso de pelos ocorre de forma personalizada conforme o grau da doença e a sua causa.

Eu sempre faço uma avaliação completa do paciente para obter o diagnóstico correto e o melhor tratamento. Sempre que possível, compartilho também o tratamento com colegas nutricionistas, dermatologistas e ginecologistas, pois na maioria das vezes precisamos da ajuda conjunta de outros profissionais. 

Normalmente, há uma combinação dos seguintes tratamentos:

• tratamento estético: depilação a laser para diminuir a quantidade e pelos,
• tratamento hormonal: indicado para doenças que causam desequilíbrios hormonais,
• mudança de hábitos: dieta balanceada e atividade física para pacientes com sobrepeso.

Agora que você já sabe mais sobre o excesso de pelos e a importância do acompanhamento médico para combater essa patologia, que tal continuar a leitura e conferir este artigo esclarecendo sobre a síndrome dos ovários policisticos?