Vocês conhecem a glândula tireoide, certo? Ela é uma glândula endócrina que fica localizada no pescoço e seus hormônios controlam a velocidade do metabolismo no nosso corpo. Ou seja, a rapidez dos batimentos cardíacos, a temperatura do corpo, entre outros. Quando essa glândula não atua corretamente, acontece uma redução na velocidade dessas funções no organismo. E o hipotireoidismo pode ocorrer na infância também.

Como o hipotireoidismo afeta também bebês e crianças?

Sim! Essa é uma dúvida recorrente no meu consultório. Muitos pais me questionam “Dra. Ana Luiza, quais são os tipos de hipotireoidismo na infância? O meu filho/a pode adquirir já nesta fase de crescimento e desenvolvimento?” Vou responder tudo isso pra vocês.
Existem dois tipos de hipotireoidismo na infância, o congênito, que acontece no momento do nascimento, e o adquirido, que, como o nome já sugere, é desenvolvido ao longo dos anos.

Conheça os tipos de hipotireoidismo na infância.

Hipotireoidismo congênito:

O hipotireoidismo congênito acontece quando a glândula tireoide não se desenvolve, nem responde aos comandos do corpo, normalmente antes do nascimento. Este tipo acontece em aproximadamente um em cada 2.000 a 3.000 nascimentos.

A maioria dos casos de hipotireoidismo congênito ocorre porque a glândula tireoide está ausente ou se desenvolveu no local errado. Entretanto, em alguns poucos casos, a glândula se desenvolveu, mas não produz o hormônio da tireoide como deveria. Pode ser por alguns defeitos genéticos ou uso de alguns medicamentos pela mãe durante a gravidez.

Hipotireoidismo adquirido:

Já o hipotireoidismo adquirido ocorre depois do nascimento, podendo surgir numa fase avançada da infância ou no começo da adolescência. Este tipo de hipotireoidismo é normalmente causado pela tireoidite de Hashimoto.

“Mas o que é isso Dra. Ana Luiza?”

É quando o sistema imunológico do organismo ataca as células da glândula tireoide e causa uma inflamação crônica, reduzindo assim a produção necessária de hormônios. Além disso, a radioterapia da cabeça e pescoço para certos tipos de câncer e o uso de alguns medicamentos podem levar ao desenvolvimento do hipotireoidismo adquirido.  

Como identificar os sintomas do hipotireoidismo na infância?

A grande maioria dos bebês recém-nascidos não apresenta nenhum ou pouco sintoma, porque alguns hormônios da tireoide da mãe cruzam a placenta. Sendo assim, quando os bebês param de receber o hormônio da tireoide da mãe, os sintomas começam a se desenvolver lentamente e a doença é detectada apenas quando eles são submetidos a exames preventivos do recém-nascido. Por exemplo, no Brasil, esses exames são obrigatórios e fazem parte do teste do pezinho. Ou seja, caso o bebê não faça o teste do pezinho e não diagnostique precocemente um possível hipotireoidismo congênito, a doença pode levar a sérios problemas de saúde e prejudicar seu crescimento e desenvolvimento de maneira permanente.

Já nas crianças mais velhas e nos adolescentes os sintomas são parecidos aos do hipotireoidismo em adultos, como fadiga, constipação, pele áspera, ganho de peso, além de redução no crescimento e atraso no início da puberdade.

Como tratar o hipotireoidismo na infância?

Na maioria dos casos, as crianças e adolescentes precisarão tomar reposição do hormônio da tireoide por toda a vida. A reposição do hormônio da tireoide é administrada a crianças na apresentação em comprimidos, que podem ser esmagados, e dados em forma de pasta para os bebês.

O acompanhamento médico é essencial! Além disso, lembre-se que o médico precisa continuar monitorando as crianças mediante exames de sangue realizados em intervalos regulares, dependendo da idade. Espero ter ajudado com esse conteúdo e tirado algumas dúvidas dos pais com esse tema. Uma vida saudável é construída desde cedo, atente-se à saúde dos seus pequenos!