A lipohipertrofia é um efeito colateral relativamente comum em pacientes diabéticos que utilizam insulina no seu tratamento.

É caracterizada por áreas com baixa circulação no tecido logo abaixo da pele. Dessa forma, não é visível ao olho nu.

Apesar de não causar nenhum dano estético, pode trazer sérias consequências para o tratamento do diabetes.

Continue lendo para saber mais sobre a lipohipertrofia e conhecer as suas consequências para a saúde.

O que é lipohipertrofia?

A lipohipertrofia, como já falado, é um efeito colateral que ocorre em pacientes que fazem a injeção de insulina durante o seu dia.

Ela é caracterizada por lesões fibrosas e com baixa circulação sanguínea no tecido que fica abaixo da pele, chamado tecido adiposo subcutâneo.

Conforme a Sociedade Brasileira de Diabetes, esse problema ocorre em 28% a 64% dos pacientes com diabetes, tanto do tipo 1 quanto 2, apesar de ser mais comum no primeiro.

Mesmo existindo diversos estudos sobre essa condição, ainda não se sabe exatamente o que causa essas lesões, mas se acredita que elas estejam relacionadas com diversos fatores, como:

  • duração do tratamento com insulina,
  • reuso da seringa,
  • injeções dadas incorretamente,
  • injeções repetidas no mesmo local.

Vale ressaltar que a maioria das pessoas que têm lipohipertrofia afirmam que os locais com lesões são menos sensíveis às injeções, o que as leva a reforçar as aplicações no mesmo lugar para evitar desconfortos.

Infelizmente, esse hábito reduz consideravelmente a absorção e o efeito da substância. Um estudo publicado na National Library of Medicine mostrou que essas aplicações provocam um aumento maior ou igual a 26% nos níveis de glicemia após as refeições.

Ou seja, é essencial que todos os pacientes com diabetes evitem essa deformação para reduzir possíveis complicações da sua doença às custas de um controle glicêmico ruim. 

Como evitar essa deformação?

A única forma de evitar a lipohipertrofia é por meio do controle das ações que podem ser as causadoras. Nesse caso, os erros na aplicação.

Pessoalmente, aconselho meus pacientes a evitarem o reuso da agulha. Além de evitar a formação de lesões, isso também traz mais conforto para as aplicações, já que uma vez inserido na pele esse material sofre alterações na sua ponta e na lubrificação, o que causa mais dores na próxima utilização.

Além disso, também é importante realizar rodízio dos pontos de aplicação. Caso você não se lembre, a insulina pode ser usada em:

  • braços,
  • nádegas,
  • coxas,
  • abdômen.

Não esqueça de considerar a sua rotina para evitar aplicações em locais mais difíceis de acesso, assim como os desconfortos durante os exercícios físicos.

Outra dica é utilizar agulhas menores, mais confortáveis e seguras.

Existe tratamento?

Caso você já tenha essas lesões e esteja preocupado com a redução da eficiência da insulina, calma!

Ao parar de realizar aplicações na área, essas deformações vão se desfazendo naturalmente.

Por isso, a única forma de tratar é realizar o rodízio, evitando completamente a área com lesões.

Além disso, também é de extrema importância fazer o acompanhamento médico para analisar caso a caso.

Com o devido cuidado, a lipohipertrofia pode ser evitada e controlada sem trazer maiores consequências para os pacientes.

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