A diabetes gestacional é uma doença que causa muita preocupação nas mulheres, que se perguntam se essa patologia será passada para o seu filho e se esse terá que conviver com ela para o resto da vida.

Normalmente, a diabetes desenvolvida ocorre por resistência à insulina, em que o corpo ainda produz a insulina, mas esse hormônio não atua do jeito que deveria.

Continue lendo o meu artigo e saiba mais sobre a diabetes gestacional, sua causa e se há motivos para se preocupar com o seu bebê.

O que é diabetes gestacional?

A diabetes gestacional consiste na intolerância aos carboidratos que é manifestada durante a gestação em pacientes que não tinham esse problema anteriormente.

Essa doença é, de acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, o problema metabólico mais comum na gestação e pode afetar até 25% das mulheres, dependendo diretamente da presença dos fatores de risco, como:

  • mulheres com mais de 35 anos e com menos de 1,5 m de altura,
  • sobrepeso anterior ou posterior a gravidez,
  • histórico familiar com parentes de primeiro grau com diabetes,
  • hipertensão, crescimento excessivo do feto ou pré-eclâmpsia,
  • problemas obstétricos anteriores, como malformações ou aborto,
  • síndrome dos ovários policísticos.

Os fatores de risco são semelhantes ao do diabetes tipo 2 e o diabetes gestacional compartilha muita semelhança com esta doença. Assim, ela pode, ou não, persistir depois do parto.

Por que a diabetes gestacional ocorre?

A diabetes gestacional, normalmente, ocorre no terceiro trimestre da gestação e está relacionada com diferentes mudanças no corpo da mulher, uma vez que nesse período há um aumento das demandas nutricionais do bebê e a mulher começa a comer mais carboidratos e o ganho de peso pode ser maior.

Simultaneamente, devido às mudanças hormonais próprias da gravidez, que envolve hormônios da placenta, desenvolve-se uma resistência à insulina, que é a responsável pelo uso da glicose por nossas células, o que causa uma elevação dessa substância no sangue.

Normalmente, após o bebê nascer e essas mudanças hormonais forem revertidas, o diabetes se resolve completamente. Uma parte das mulheres com fatores de risco mais fortes podem persistir com diabetes no pós parto. Por isso, todas as mulheres precisam repetir a curva glicêmica 6 semanas após o fim da gravidez.

O bebê corre o risco de nascer com diabetes?

Muitas pessoas pensam que por estarem diabéticas durante a gravidez, o bebê já nasce com essa doença.

Segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia isso não ocorre, mas o recém-nascido tem mais risco de desenvolver hipoglicemia neonatal, um distúrbio metabólico que é caracterizado pelos baixos índices de glicemia no sangue e pode causar a internação após o nascimento.

Além disso, também é mais provável que o bebê sofra de obesidade na vida adulta. Para prevenir essa situação a amamentação é forte aliada, bem como o acompanhamento pediátrico e a adoção de hábitos saudáveis, envolvendo uma dieta balanceada quando em fase de alimentação sólida. 

Quais são os cuidados para enfrentar a diabetes gestacional?

Os principais cuidados para enfrentar a diabetes gestacional estão relacionados com a alimentação.

É muito importante haver o acompanhamento nutricional, ajustando o consumo calórico e de carboidratos dentro de um cardápio saudável e fracionando as porções.

A atividade física também é muito importante. Juntas, essas duas medidas podem ser suficientes para um bom controle do diabetes gestacional para a maioria das mulheres.

A medição de glicemia capilar precisa ser feita continuamente no dia a dia da gestante, sendo que a frequência deve ser determinada por um médico que irá analisar o caso.

Quando necessário, o uso de insulina é seguro tanto para a mãe quanto para o bebê e é primeira escolha de tratamento medicamentoso.

Vale ressaltar que a medicação só é indicada para pacientes em que a dieta e os exercícios não têm o efeito desejado.