O Brasil registrou, nesta terça-feira (17), a primeira morte pelo novo coronavírus, e o assunto aqui não poderia ser outro. A pandemia é a pauta do mundo atualmente e tem mobilizado governos, autoridades de saúde, profissionais médicos e toda a sociedade. Por outro lado, tem também gerado uma onda de fake news e notícias alarmistas que geram histeria coletiva e em nada contribuem para o enfrentamento à COVID-19. Por isso, reuni aqui informações e orientações, em consonância com o Ministério de Saúde, sobre os principais cuidados de prevenção e combate à propagação do vírus.

Primeiramente, vamos falar sobre grupos de risco. É sabido que pessoas com diabetes, bem como pacientes cardiopatas, com doenças cardiorrespiratórias pré-existentes e idosos compõem o segmento mais vulnerável. Estima-se que o risco para quem tem diabetes tipo 2, por exemplo, é cerca de 2 a 3x maior, e o índice de mortalidade é de 7%. Se o paciente tiver mais de 80 anos, esse índice é mais que o dobro, chegando a quase 15%. A taxa geral de mortalidade do novo coronavírus, no entanto, é de apenas 2,3%.

Se comparado com outros coronavírus já registrados, como a síndrome respiratória aguda grave (Sars) e a síndrome respiratória do Oriente Médio (Mers), a COVID-19 não é tão mortal. A taxa de mortalidade do Sars era de 10% e a da Mers em torno de 20% a 40%. O que ocorre, no entanto, é que o índice de transmissibilidade do novo coronavírus é maior. Por isso, é preciso ficar atento aos principais meios de contaminação: gotículas de saliva; espirro; tosse; catarro; contato pessoal próximo ou com objetos/superfícies contaminados.

Os sintomas aparecem entre 2 e 14 dias após o contágio e são semelhantes aos de uma gripe comum, mas com alguns agravantes, como febre e dificuldade para respirar, podendo evoluir para pneumonia. A maioria das pessoas (cerca de 80%) desenvolvem sintomas leves e muitas nem chegam a apresentar sintomas. Os outros 20% dos infectados apresentam sintomas mais graves e precisam de assistência.

Mas, atenção! Mesmo quem não apresenta sintomas pode transmitir o vírus sem nem saber que está infectado.

Para combater a proliferação do novo coronavírus, comunidades internacionais de saúde, pesquisadores e cientistas de várias partes do mundo têm trabalhado na criação de uma vacina, mas, assim como ainda não há imunização, também não há tratamento específico para a COVID-19. As indicações de cuidado são as mesmas para as gripes que já conhecemos: repouso, muito líquido, alimentação equilibrada e algumas medidas pontuais para aliviar os sintomas, como analgésicos.

Entre as medidas preventivas, hábitos de higiene que devemos cultivar independente de períodos de epidemia, tais como: evitar contato próximo com pessoas que sofrem de infecções respiratórias agudas; realizar lavagem frequente das mãos (se não houver água e sabão, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool); utilizar lenço descartável para higiene nasal; cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir; evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca; e não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres e copos.

Ou seja, é fato que pessoas com diabetes de longo prazo, mau controle metabólico, presença de complicações e doenças concomitantes (especialmente idosos) precisam de atenção redobrada. Ao mesmo tempo, atitudes simples podem fazer a diferença. A palavra de ordem é cuidado, mas sem pânico ou desespero. Seguir a rotina de higiene [ou etiqueta, como tem se falado] respiratória é bastante eficaz para se prevenir e combater a disseminação da pandemia.

Por fim, o recado é: se você sentir dificuldade para respirar, vá ao hospital imediatamente. Por outro lado, se tiver sintomas leves e estiver respirando bem, fique em casa, consulte um médico e faça uma quarentena voluntária. Assim, você evita de sobrecarregar hospitais e unidades de saúde, não transmite o vírus e ainda se previne de contrair outras doenças. E o principal: se não tem sintomas, não vá ao hospital!

O momento é de pensar na coletividade e se preservar. Reflita sobre isso!