Falar sobre os riscos da automedicação é um tópico muito em alta, motivado ultimamente pela pandemia, que fez muitas pessoas desconsiderarem as orientações médicas e buscarem remédios para se prevenir da possível infecção.
Infelizmente, essa prática pode trazer sérias consequências para o paciente, trazendo novos problemas de saúde, às vezes sérios, que poderiam ser evitados pela simples orientação profissional correta.
Para falar mais sobre a minha experiência com essa prática e trazer mais conscientização para todos criei esse artigo.
Nele, falarei sobre os principais riscos da automedicação para que você entenda por que não deve tomar qualquer remédio sem fazer uma consulta com o seu médico de confiança.
4 riscos da automedicação
Confira quais são os maiores riscos desse mau costume.
Desenvolver resistência a substância
Você já ouviu falar que quando tomamos muito um medicamento o nosso corpo acaba se acostumando a ele perde o seu efeito?
Isso é parcialmente verdade, principalmente com alguns remédios, como o antibiótico.
O uso descontrolado de um remédio faz com que os micro-organismos se acostumem àquela substância, ou seja, fazem ele não funcionar como deveria.
Assim, as futuras infecções são ainda mais fortes e resistentes ao medicamento anterior, prejudicando o tratamento e podendo levar o paciente ao óbito.
Um exemplo que tem se tornado um grave problema de saúde atualmente é a resistência bacteriana aos antibióticos mais comuns.
Chamadas de superbactérias, elas estão cada vez mais presentes em ambientes hospitalares e são a causa de muitas mortes, principalmente em pacientes mais debilitados.
Ter interações com outros medicamentos
A interação com outros remédios é um dos riscos da automedicação que também vale ser ressaltado.
Muitas pessoas não sabem, mas dois medicamentos podem ter uma reação entre si e haver uma diminuição ou acentuação do seu efeito.
É comum vermos isso acontecer com anticoncepcionais e antibióticos, por exemplo, e com anticoagulantes em geral. Eu sempre recomendo cuidados extras nesses casos!
Agravamento de condições
Alguns medicamentos têm efeitos que mascaram sintomas que são muito relevantes para a identificação e diagnóstico de uma doença.
O paciente pode estar com uma infecção na garganta, por exemplo, e tomar anti-inflamatório para mascarar a dor, sem fazer o tratamento apropriado para a patologia.
Isso pode causar o agravamento e tornar o tratamento muito mais demorado e drástico.
Falência hepática
Outra consequência que vale ser ressaltada entre os riscos da automedicação é a falência hepática.
Caso você não saiba, muitos medicamentos que tomamos são processados no nosso fígado e, quando sobrecarregamos ele com uma medicação desnecessária ou acima da dose que deveria ser tomada, ele começa a se danificar.
Assim, o órgão não consegue realizar todas as suas funções para o corpo, que é essencial para a coagulação, metabolismo e eliminação de toxinas, trazendo sérias complicações e, se não houver o tratamento correto, pode levar a óbito.
Um dos maiores riscos da automedicação na minha prática clínica está relacionado ao uso abusivo e indiscriminado de doses altas de vitamina D, acreditando em efeitos na imunidade, principalmente em época de Covid-19. “Mas é só uma vitamina” – dizem.
Acontece que ela é um pré-hormônio capaz de regular e desregular todo o metabolismo do cálcio, com risco de intoxicação e excesso de cálcio no sangue, podendo levar a:
- náuseas,
- vômitos,
- insuficiência renal,
- confusão mental,
- pedra nos rins,
- morte.
Ao ter sintomas, visite um especialista
Tendo em vista todos esses riscos da automedicação, é essencial que você interrompa essa prática e visite um médico toda vez que tiver sintomas anormais.
Apenas esse profissional poderá ajudar você sem trazer maiores riscos para a sua saúde, tratando as causas da doença, e não apenas mascarando os seus sintomas.
Não deixe de compartilhar esse post com os seus familiares que insistem em se automedicar para que eles saibam o grande risco dessa prática!
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