O diabetes foi um assunto bem abordado nesse último mês e é uma das demandas que mais recebo aqui na minha clínica. Seja sobre hereditariedade, mitos e verdades, ou tecnologias que ajudam pacientes diabéticos, as dúvidas não cessam. Então, hoje vim falar sobre algo ainda não mencionado por aqui, a reversão do diabetes. “É possível deixar de ser diabético?” Vem comigo para descobrir!

A jornada do pré-diabetes pode ser revertida?

Vou começar falando do pré-diabetes, que é uma condição que antecede o diabetes, mas não pode ser ignorada. O nome pode até ser um fato que engana, já que o pré-diabetes já pode trazer consequências para a saúde. “Mas, Dra. Ana Luiza, quem se encaixa na fase do pré-diabetes?” Se encaixa aqui quem tem algum desses três critérios: glicemia em jejum entre 100 e 125mg/dl, resultado no teste oral de tolerância à glicose entre 140 e 199 ou hemoglobina glicada entre 5,7 e 6,4%.

É importante lembrar que é possível controla-lo para que ele não evolua para o diabetes em si. E caso haja mudanças de hábitos levando a perda de peso, é possível até normalizar os exames. Aqui a alimentação equilibrada e baixa em calorias e a atividade física regular são peças chaves. Em alguns casos, usamos até remédios.

Tenha autorresponsabilidade com a sua saúde!

Com o diabetes não vai ser diferente! Para mudar os índices de glicemia são necessários esforço, determinação e autorresponsabilidade. Digo e repito: dedicar-se a mudanças para melhorar sua saúde não pode ser encarado como penitência! Adotar hábitos saudáveis e transformar a maneira como você enxerga sua rotina é um presente, uma oportunidade de viver ainda melhor!

É essencial buscar ajuda profissional para garantir o melhor tratamento.

Uma vez diagnosticado com diabetes, é fundamental procurar ajuda profissional para se engajar em programas e tratamentos para perda de peso o quanto antes. Quanto mais precoce houver perda de peso, mais chances do diabetes ficar silencioso, o que chamamos de remissão. É como se ele não existisse mais, está ali, adormecido. Mas se esquecemos dos novos hábitos e resgatamos os velhos, ganhando peso novamente e descuidando da saúde, o gigante adormecido pode voltar a acordar.

Além disso, uma vez diabético, ainda que tenha acontecido a remissão, precisamos acompanhar quanto ao risco de complicações para o resto da vida (embora as chances agora sejam bem menores). Por isso não usamos a palavra cura.

Lembrando que isso vale para o diabetes tipo 2, aquele relacionado à resistência a insulina e obesidade. Os outros tipos de diabetes, menos comuns, apresentam peculiaridades distintas.